Tudo começou com a necessidade de preservar o reservatório e com a demanda
dos próprios produtores rurais. Agora, o que era um caso isolado entre Itaipu,
Copel e agricultores da região, se estende para todo o País. Com a
regulamentação da Aneel, produtores poderão seguir o exemplo do que já acontece
no Oeste do Paraná: gerar energia a partir de dejetos e vendê-la para as
distribuidoras.
Biodigestores ajudam a garantir a proteção ambiental do lago de Itaipu Há quase cinco anos, a família Colombari, em São Miguel do Iguaçu, produz eletricidade a partir de dejetos suínos. Parte da energia é usada para alimentar o maquinário da propriedade; o excedente é vendido à Copel e incrementa a renda da família. Agora, o Brasil todo pode seguir o exemplo dos Colombari. No final de 2008, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a geração distribuída a partir do biogás e sua comercialização em todo o País.
Pela Resolução Normativa Aneel 390/2009, de 18 de dezembro do ano passado, qualquer distribuidora de energia elétrica pode fazer chamadas públicas para comprar eletricidade produzida por biodigestores. Seguindo as exigências da Aneel em relação à qualidade da energia, os produtores poderão enviar a eletricidade para a linha de distribuição, em vez de somente consumir.
“Pela primeira vez, a energia vai voltar a linha, seguindo o caminho oposto”, disse o coordenador de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Jr., ilustrando com a cena do relógio contador de energia girando ao contrário. Segundo Cícero, o Brasil possui uma imensa malha de transmissão de energia de valor incalculável que, até hoje, só distribuía a energia das grandes geradoras, como Itaipu. “Agora, os pequenos produtores podem gerar energia em qualquer parte do País”.
De acordo com Cícero, a regulamentação da Aneel vai beneficiar produtores rurais de praticamente todo o País. Cada região vai encontrar a sua vocação. Empresas de saneamento também podem utilizar os dejetos para gerar energia a partir de biodigestores. “O 2º maior custo das empresas de saneamento é a conta de energia elétrica. Elas sempre foram dependentes das distribuidoras e jogavam fora o biogás, que poderia ser gerado”.
O caso Colombari - A venda de energia gerada nos biodigestores significa um avanço econômico, social e ambiental para os produtores rurais. O que era um projeto regional agora vale para todo o Brasil A geração de energia a partir dos dejetos suínos na Granja São Pedro, dos Colombari, é pioneira no País. “Colombari representa a sociedade brasileira que pensa para frente”, diz Cícero. São mais de três mil suínos alojados, gerando dejetos que poderiam causar um grande passivo ambiental, como contaminar o reservatório de Itaipu. A segurança ambiental do lago de Itaipu foi o que motivou o início da parceria entre Itaipu, Copel e as propriedades rurais da região.
“Não poderíamos ser só Itaipu, por causa da distribuição de energia. Aí entrou a Copel”, conta Cícero. Em 2006, foi criado o Programa de Geração Distribuída com Saneamento Ambiental, com uma equipe de 50 técnicos. “Antes éramos exceção, mas agora a Aneel regulamentou para o Brasil todo”.
Cada suíno produz 10 litros de dejetos por dia; cada mil litros rende 1.360 litros de biogás, que geram 0,4 kWh de energia. Além da energia, a matéria orgânica produz fertilizantes, que são distribuídos nas lavouras e nas pastagens. “Usamos em sistema de rodízio nas pastagens e agora podemos ter um maior número de gados”, diz a produtora rural Eliane Columbari. A produção do biofertilizante representa a recuperação de de 85% do nitrogênio, 15% do fósforo e 43% do potássio do solo. E ainda tem o mercado de carbono.
De acordo com Eliane, os produtores rurais têm preocupação ambiental, mas precisam de incentivos para cuidar do meio ambiente. “A propriedade é nossa, nós temos que cuidar dela”, disse. A parceria com Copel e Itaipu permitiu a venda de energia elétrica ainda antes de ser regulamentado pela Aneel. “Estamos muito otimistas com esta regulamentação, pois traz melhorias para os produtores e incentiva as pessoas continuarem no campo”.
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Biodigestores ajudam a garantir a proteção ambiental do lago de Itaipu Há quase cinco anos, a família Colombari, em São Miguel do Iguaçu, produz eletricidade a partir de dejetos suínos. Parte da energia é usada para alimentar o maquinário da propriedade; o excedente é vendido à Copel e incrementa a renda da família. Agora, o Brasil todo pode seguir o exemplo dos Colombari. No final de 2008, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a geração distribuída a partir do biogás e sua comercialização em todo o País.
Pela Resolução Normativa Aneel 390/2009, de 18 de dezembro do ano passado, qualquer distribuidora de energia elétrica pode fazer chamadas públicas para comprar eletricidade produzida por biodigestores. Seguindo as exigências da Aneel em relação à qualidade da energia, os produtores poderão enviar a eletricidade para a linha de distribuição, em vez de somente consumir.
“Pela primeira vez, a energia vai voltar a linha, seguindo o caminho oposto”, disse o coordenador de Energias Renováveis de Itaipu, Cícero Bley Jr., ilustrando com a cena do relógio contador de energia girando ao contrário. Segundo Cícero, o Brasil possui uma imensa malha de transmissão de energia de valor incalculável que, até hoje, só distribuía a energia das grandes geradoras, como Itaipu. “Agora, os pequenos produtores podem gerar energia em qualquer parte do País”.
De acordo com Cícero, a regulamentação da Aneel vai beneficiar produtores rurais de praticamente todo o País. Cada região vai encontrar a sua vocação. Empresas de saneamento também podem utilizar os dejetos para gerar energia a partir de biodigestores. “O 2º maior custo das empresas de saneamento é a conta de energia elétrica. Elas sempre foram dependentes das distribuidoras e jogavam fora o biogás, que poderia ser gerado”.
O caso Colombari - A venda de energia gerada nos biodigestores significa um avanço econômico, social e ambiental para os produtores rurais. O que era um projeto regional agora vale para todo o Brasil A geração de energia a partir dos dejetos suínos na Granja São Pedro, dos Colombari, é pioneira no País. “Colombari representa a sociedade brasileira que pensa para frente”, diz Cícero. São mais de três mil suínos alojados, gerando dejetos que poderiam causar um grande passivo ambiental, como contaminar o reservatório de Itaipu. A segurança ambiental do lago de Itaipu foi o que motivou o início da parceria entre Itaipu, Copel e as propriedades rurais da região.
“Não poderíamos ser só Itaipu, por causa da distribuição de energia. Aí entrou a Copel”, conta Cícero. Em 2006, foi criado o Programa de Geração Distribuída com Saneamento Ambiental, com uma equipe de 50 técnicos. “Antes éramos exceção, mas agora a Aneel regulamentou para o Brasil todo”.
Cada suíno produz 10 litros de dejetos por dia; cada mil litros rende 1.360 litros de biogás, que geram 0,4 kWh de energia. Além da energia, a matéria orgânica produz fertilizantes, que são distribuídos nas lavouras e nas pastagens. “Usamos em sistema de rodízio nas pastagens e agora podemos ter um maior número de gados”, diz a produtora rural Eliane Columbari. A produção do biofertilizante representa a recuperação de de 85% do nitrogênio, 15% do fósforo e 43% do potássio do solo. E ainda tem o mercado de carbono.
De acordo com Eliane, os produtores rurais têm preocupação ambiental, mas precisam de incentivos para cuidar do meio ambiente. “A propriedade é nossa, nós temos que cuidar dela”, disse. A parceria com Copel e Itaipu permitiu a venda de energia elétrica ainda antes de ser regulamentado pela Aneel. “Estamos muito otimistas com esta regulamentação, pois traz melhorias para os produtores e incentiva as pessoas continuarem no campo”.
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Comentários (6)
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Prezados,
Energia de biodigestão é bastante tempo, mais de 30 anos aplicado em Pernambuco. ão podemos classificar como novo.
Energia de biodigestão é bastante tempo, mais de 30 anos aplicado em Pernambuco. ão podemos classificar como novo.
Prezado
Murilo,
Agradecemos pelo envio de sua observação. Sabemos que este tipo de geração já é feita no Brasil há muitos anos. O que procuramos chamar a atenção foi para o fato de a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter regulamentado este tipo de geração, permitindo que esta energia seja injetada diretamente no sistema, via distribuidoras de energia. Este, a resolução saiu no dia 18 de dezembro, é o fato novo e que, na nossa avaliação, abrirá boas perspectivas de negócios para este segmento.
Aproveitamos o seu contato para dizer que o Ambiente Energia é um canal aberto às contribuições dos seus leitores. Fique à vontade para passar informações sobre o que é feito aí em Pernambuco, seja estudos, pesquisas, artigos ou notícias.
Atenciosamente,
Júlio Santos
Editor-Executivo
Agradecemos pelo envio de sua observação. Sabemos que este tipo de geração já é feita no Brasil há muitos anos. O que procuramos chamar a atenção foi para o fato de a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter regulamentado este tipo de geração, permitindo que esta energia seja injetada diretamente no sistema, via distribuidoras de energia. Este, a resolução saiu no dia 18 de dezembro, é o fato novo e que, na nossa avaliação, abrirá boas perspectivas de negócios para este segmento.
Aproveitamos o seu contato para dizer que o Ambiente Energia é um canal aberto às contribuições dos seus leitores. Fique à vontade para passar informações sobre o que é feito aí em Pernambuco, seja estudos, pesquisas, artigos ou notícias.
Atenciosamente,
Júlio Santos
Editor-Executivo
Antes tarde do
nunca,na década de 70/80 do século passado,em plena crise do petróleo,quando
surgiu o proalcool,muito se falou em desenvolver esse tipo de energía,sa sabia
que os indianos e chineses já usavam muito os biodigestores mas caiu no
esquecimento e aí estar o tamanho do prejuizo,poderíamos ao lado do alcool
combustível,ter hoje uma forte fonte alternativa de energía elétrica.Fica a
pergunta?Porque,neste país, não se ver o óbvio no seu devido
tempo???
Quem estar botando as coisas nos seus devidos lugares é a necessidade que infelizmente seus efeitos chegam sempre com algum atraso,exemplo disso estão as nossas ferrovias,portos e estradas...uma lástima
Quem estar botando as coisas nos seus devidos lugares é a necessidade que infelizmente seus efeitos chegam sempre com algum atraso,exemplo disso estão as nossas ferrovias,portos e estradas...uma lástima
Como conseguir um
projeto para utilização de Biodigestores na zona rural, podendo ser utilizado
como fogão ou na iluminação?
tenho um confinamento
de vacas holandesas gostaria de saber qual o primeiro passo para ter um
biodigestor
Olá Roseli, somos
empresa especializada em projetos de biodigestores personalizados para a sua
propriedade rural, temos 26anos de expertise e nossa principal ferramenta é a
tecnologia.____Nos procure sem compromisso: biobull.worldwide@gmail.com__Falar
c/ João____Att. Equipe Biobull
Comments by IntenseDebate
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janeiro 15th, 2010 at 6:12 AE: Aneel regulamenta geração distribuída (http://bit.ly/7pX3LD)
janeiro 15th, 2010 at 15:27 #Aneel regulamenta geração distribuída (http://bit.ly/7pX3LD)
janeiro 18th, 2010 at 11:39 Prezados,
Energia de biodigestão é bastante tempo, mais de 30 anos aplicado em Pernambuco. ão podemos classificar como novo.
janeiro 19th, 2010 at 6:37 Prezado Murilo,
Agradecemos pelo envio de sua observação. Sabemos que este tipo de geração já é feita no Brasil há muitos anos. O que procuramos chamar a atenção foi para o fato de a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ter regulamentado este tipo de geração, permitindo que esta energia seja injetada diretamente no sistema, via distribuidoras de energia. Este, a resolução saiu no dia 18 de dezembro, é o fato novo e que, na nossa avaliação, abrirá boas perspectivas de negócios para este segmento.
Aproveitamos o seu contato para dizer que o Ambiente Energia é um canal aberto às contribuições dos seus leitores. Fique à vontade para passar informações sobre o que é feito aí em Pernambuco, seja estudos, pesquisas, artigos ou notícias.
Atenciosamente,
Júlio Santos
Editor-Executivo
abril 1st, 2010 at 7:18 Antes tarde do nunca,na década de 70/80 do século passado,em plena crise do petróleo,quando surgiu o proalcool,muito se falou em desenvolver esse tipo de energía,sa sabia que os indianos e chineses já usavam muito os biodigestores mas caiu no esquecimento e aí estar o tamanho do prejuizo,poderíamos ao lado do alcool combustível,ter hoje uma forte fonte alternativa de energía elétrica.Fica a pergunta?Porque,neste país, não se ver o óbvio no seu devido tempo???
Quem estar botando as coisas nos seus devidos lugares é a necessidade que infelizmente seus efeitos chegam sempre com algum atraso,exemplo disso estão as nossas ferrovias,portos e estradas…uma lástima
dezembro 27th, 2010 at 12:46 Como conseguir um projeto para utilização de Biodigestores na zona rural, podendo ser utilizado como fogão ou na iluminação?
setembro 6th, 2011 at 18:38 tenho um confinamento de vacas holandesas gostaria de saber qual o primeiro passo para ter um biodigestor
junho 20th, 2012 at 11:41 Olá Roseli, somos empresa especializada em projetos de biodigestores personalizados para a sua propriedade rural, temos 26anos de expertise e nossa principal ferramenta é a tecnologia.____Nos procure sem compromisso: biobull.worldwide@gmail.com__Falar c/ João____Att. Equipe Biobull