segunda-feira, 11 de junho de 2012

PROMOVER A VIDA DOS CATADORES DE RESIDUOS.

06/06/2012 - 18h17
Governo promove fortalecimento de catadores de Resíduos Sólidos
Redação 24 Horas News



Orientações, palestras e discussões entre poder público e catadores de resíduos sólidos encerram, nesta quarta-feira (06.06), as comemorações da Semana do Meio Ambiente. O evento organizado pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas-MT) acontece no Auditório da Associação Mato-grossense de Municípios (AMM) e tem por objetivo iniciar um diálogo social com o segmento, cujo papel é de grande relevância para a implantação de iniciativas de sustentabilidade ambiental.
Além das palestras, um grupo de assistentes sociais está presente no local para realizar o cadastramento dos catadores que ainda não têm acesso aos programas de transferência de renda do Governo Federal. O cadastramento das famílias em situação de vulnerabilidade social faz parte das ações de Busca Ativa desenvolvidas pela Setas-MT.
 
Todos os participantes do evento receberão também equipamentos de segurança do trabalho, como botas, calças, máscaras, luvas, avental e óculos de proteção. De acordo com o secretário em Exercício da Setas-MT, Jean Estevan de Oliveira, o Governo do Estado inicia esta semana um trabalho de fortalecimento do trabalho dos catadores de resíduos sólidos.
 
“A necessidade de apoio aos trabalhadores que lidam diretamente com o lixo doméstico é de suma importância para que o Estado possa promover a inclusão produtiva e social dos catadores. Temos ainda a urgência em criar ações que possam promover a sustentabilidade, como forma de estimular o desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental”, disse o secretário.
 
Para a presidente da Cooperativa Chapadense de Materiais Recicláveis (Coopchamar), Kelen Aparecida da Cunha Galvão, o catador precisa deste espaço para melhorar suas condições de trabalho. “O catador não é nenhum coitadinho, somos trabalhadores que estão em busca de um reconhecimento.
Precisamos de oportunidades como esta para melhor estruturar nossa categoria”, avaliou a presidente da Coopchamar.
 
Para a presidente da Associação de Materiais Recicláveis de Várzea Grande (Asscavag), Joana Fátima de Paulo, o evento organizado pela Setas é uma forma de aprender um pouco mais sobre o funcionamento da cooperativa ou associação. “Os trabalhos de hoje serão muito proveitosos para nós. Assim como os demais trabalhadores, nós também precisamos atualizar nossos conhecimentos”, salientou Joana.
 
O representante no Movimento Nacional de Catadores de Resíduos Sólidos, Thiago da Silva Duarte, destacou a oportunidade como fundamental para os catadores. “Hoje poderemos dizer nossas dificuldades e também ouvirmos como poderemos sanar parte delas como, por exemplo, a regulamentação da cooperativa”, destacou Thiago.
 
O evento realizado pela Setas contou ainda com a presença do titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Vicente Falcão, da diretora do Sebrae-MT, Leide Garcia Novaes Katayama e apoio do Tribunal Regional do Trabalho 23ª Região.

domingo, 3 de junho de 2012

CAMINHOS PARA O RIO=20

Caminhos para o Rio+20

Sexta-feira, 01 de Junho de 2012, 09:10:06Eventos e Cursos, Meio Ambiente

Vamos falar sobre o Rio. Tanto o Brasil quanto a Suíça traçaram um longo caminho desde a primeira Cúpula realizada no Rio há 20 anos, com avanços na redução da pobreza e no desenvolvimento sustentável. Nesse caminho, a Rio+20 é uma oportunidade para fortalecer a cooperação internacional no campo da sustentabilidade ambiental. O momento não poderia ser mais urgente para reunir a comunidade global e definir caminhos para um futuro mais próspero.
Na primeira Cúpula das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992, (Eco-92), muitos dos riscos ambientais foram previstos. A caminho da Rio+20, esses riscos foram confirmados e outros maiores identificados. Vinte anos depois, a ciência demonstra claramente, com base em diversos relatos das Nações Unidas, de ONGs, de especialistas e de grupos ambientais, a premência de mudanças na nossa relação com o planeta. Como cientista de formação, não posso deixar de ficar impressionado com o alto custo de nosso impacto ambiental sobre a Terra, tais como a perda de biodiversidade e das florestas e, consequentemente, do que elas oferecem. Os custos econômicos da mudança climática são bem conhecidos.
Estamos muito além dos limites ecológicos de resiliência da Terra. A situação de nosso meio ambiente no início do século XXI, segundo um relatório recente das Nações Unidas, é de maior fragilidade dos ecossistemas e volatilidade da segurança alimentar, associadas às mudanças climáticas. Danos irreversíveis, portanto, devem ser contidos. Um outro recente relatório do WWF, indica que estamos usando 50% a mais de recursos do que nosso planeta pode fornecer. Portanto, o consumo humano exigiria pelo menos duas Terras para sustentar a vida de 9 bilhões de pessoas até 2030, se continuarmos neste ritmo. Uma economia verde é baseada no uso de menos recursos naturais e energia, e em um reduzido impacto ambiental. Assim, temos que criar incentivos para um processo produtivo mais limpo e para as tecnologias verdes.
A Suíça, como o Brasil, está empenhada em trabalhar para conquistas ambiciosas na Rio+20 que fortaleçam o compromisso político do desenvolvimento sustentável. Para a Suíça a conferência deve também produzir resultados substanciais no campo da Economia Verde, na forma de comprometimento de princípios, bem como medidas tangíveis, inclusive no estabelecimento e na implementação de planos de ação nacionais. Nós propomos o fortalecimento da governança das Nações Unidas para monitorar o progresso do desenvolvimento sustentável, com a formação do Conselho para o Desenvolvimento Sustentável e o revigoramento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A Suíça também espera que a conferência estabeleça objetivos de desenvolvimento sustentável. Além disso, a redução do risco de desastres e a promoção da resiliência a desastres naturais devem ser enfrentadas com urgência renovada, no contexto do desenvolvimento sustentável - um aspecto que os brasileiros conhecem bem com as graves inundações anuais.
O Brasil, como país anfitrião da Rio+20, tem um papel crucial e sabe muito bem que uma visão clara é imperativa para obter resultados concretos. A Suíça está ao lado do Brasil nessa tarefa - temos uma agenda comum em várias áreas.
A Suíça, assim como o Brasil, está se concentrando no transporte público como um dos elementos-chave para a sustentabilidade. Ela possui uma das mais densas redes de transporte público na Europa. Para aumentar o uso dos trens, construímos dois túneis (Lötschberg e Gotthard) através dos Alpes, que criaram um eixo Norte-Sul através da Europa, promovendo um transporte mais sustentável. Em geral, a Suíça está fazendo tudo o que é possível para tirar os carros das ruas e usar meios de transporte menos poluentes, tornando mais atraente o uso do transporte público.
Por outro lado, o Brasil está assumindo o desafio e concentra-se em várias melhorias nos seus sistemas de transporte e de infraestrutura, em particular no contexto da Copa do Mundo e da Olimpíada. Nessa conjuntura de expansão da economia brasileira, as autoridades brasileiras estão reunindo ciência, educação e inovação para aumentar a sustentabilidade ambiental.
Neste aspecto, o Brasil e a Suíça têm uma agenda positiva. Estamos trabalhando para incentivar a consciência ambiental, aliada à capacidade de inovação, e apoiar o setor de tecnologia limpa. Segundo Doris Leuthard, ministra do Meio Ambiente da Suíça, parcerias nos setores tecnológicos entre o Brasil e a Suíça podem atingir um rápido desenvolvimento. É aqui que os nossos setores privados entram em cena para integrar a infraestrutura verde. Um exemplo é o "Stade de Suisse", de Wankdorf em Berna, que foi reconstruído com tecnologia limpa, com o uso de painéis solares na sua cobertura, para os jogos de futebol da UEFA em 2008.
Para colocar a economia verde em prática, a nossa Terra merece - e precisa - de toda a nossa criatividade, nosso poder e nossa vontade de inovação. O Instituto Federal Suíço de Ciência e Tecnologia Aquática (Eawag) tem um projeto, apoiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, para melhorar o saneamento na África do Sul, e também recuperar os nutrientes da urina - como azoto, potássio, fósforo e enxofre - usados como fertilizantes. Esta é uma área com boas perspectivas para a cooperação trilateral com o Brasil.
Outro exemplo, a fundação suíça, SENS Internacional, juntamente com seu parceiro, Indústria Fox, em Cabreúva, São Paulo, criaram a primeira fábrica de reciclagem de geladeiras e congeladores na América do Sul, onde os gases CFCs são removidos e destruídos.
Em junho, os caminhos da sustentabilidade vão passar mais uma vez pelo Rio. Para enfrentar os desafios do desenvolvimento sustentável, temos os dados científicos e sabemos o que deve ser feito. Agora, só necessitamos de vontade política para alcançarmos políticas proativas e uma implementação ambiciosa da agenda ambiental. Esse foi o espírito que conquistou tantos resultados na Eco-92. Esperamos levar adiante esse espírito para criar "o futuro que nós queremos." Ao sairmos do Rio temos que deixar para nossas crianças o maior legado de todos os tempos.
Wilhelm Meier é embaixador da Suíça no Brasil
Fonte:  Valor Econômico